O sonho de um boné — e a magia que só a música sabe explicar
Há sonhos que parecem pequenos para
o mundo, mas que para nós são enormes. O meu? Ter um boné do Luke Combs. Pode
parecer simples, talvez até ingénuo, mas quem é fã sabe: há coisas que tocam o
coração de uma forma que ninguém de fora compreende.
Sempre que vejo vídeos dos
concertos, há fãs de cartaz na mão, letras enormes a pedir o boné. E Luke… ah,
o Luke, quando lê e quando sente que o pedido é verdadeiro, ele tira o boné da
cabeça e entrega-o como se estivesse a oferecer um pedaço da sua história. Já
cheguei a pensar em escrever um cartaz também, erguer bem alto no meio da
multidão e tentar a minha sorte. Mas o meu irmão diz que não, que vou parecer
maluco. Talvez pareça. Mas quem nunca sonhou alto não sabe o que é viver com o
coração cheio.
Deixem-me contar-vos uma história
que me marcou — e aposto que vos vai surpreender também. Uma fã implorava a
Luke Combs pelo boné. Esticava as mãos, gritava, chorava. Ele viu. Parou.
Aproximou-se. E entregou-lhe o boné, assinado ali mesmo, com aquele sorriso
dele que nos faz acreditar que o mundo ainda tem coisas boas.
Dias depois, Luke encontra essa
mesma fã e pergunta: “E o boné… ainda o tens?”
A resposta dela deixou todos sem palavras: ela tinha vendido o boné para pagar
o tratamento do cancro. E esse tratamento salvou-lhe a vida.
Imaginem isto: um simples boné — um
objeto que muitos achariam só mais um acessório — tornou-se a ponte entre o
desespero e a esperança. Entre a doença e a vida. A música tem destas coisas.
Os gestos também.
No meu livro, o Quim Zé encontra
Luke nos bastidores. Ele passa, olha para o rapaz e, num segundo, tira o boné
que usa e pousa-o na cabeça do Quim Zé. Já consigo ver a cena como se fosse um
filme — e cada vez que a escrevo, o meu coração dá um salto.
Eu sei que provavelmente não terei
um boné do Luke Combs no concerto que vou ver. A vida não é um filme, eu sei
disso. Mas há sonhos que carregamos desde o primeiro dia em que nos tornámos
fãs. E o meu começou naquele vídeo em que Luke tirou o boné e o colocou na
cabeça de alguém que pedia num cartaz, com toda a alma, aquela pequena parte
dele.
Talvez nunca aconteça. Talvez sim.
Mas, até lá, continuo a acreditar. Porque ser fã também é isto: viver de
música, de emoções e de pequenos impossíveis que nos aquecem a vida.



Comentários
Enviar um comentário