Finalmente realizei outro sonho e conheci o professor Marco Neves
Há amizades que nascem de forma inesperada. A minha com o professor Marco
Neves começou assim: a ver os seus vídeos no Instagram, a ganhar coragem para
lhe mandar uma mensagem e a alegria imensa de receber resposta. Um simples
gesto que me deixou muito feliz.
Um dia, arrisquei e pedi-lhe se podia escrever o prefácio do meu livro.
Para minha surpresa e emoção, ele aceitou. Trocaram-se contactos, ele ofereceu
ajuda para encontrar uma editora e até ficou prometido um café numa ida ao
Porto.
Recebi depois um prefácio maravilhoso — e ele ainda disse que podia ter
escrito melhor. Entre mensagens no WhatsApp, fui descobrindo a sua
generosidade: sempre com aquela carinha risonha no fim de cada frase. Se às
vezes demora a responder, sei que é porque está ocupado — como o Rui Veloso.
Aos poucos, ele até foi conhecendo o Zé, só de eu falar do meu amigo de vez em
quando.
Chegou o momento especial: na Feira do Livro conheci finalmente o
professor. Pessoa espetacular, simpática, verdadeira. Mostrei-lhe o livro da Odisseia
que comprei com o Zé e vi os olhos dele brilharem. Foi um encontro simples, mas
marcante.
Eu, sendo asperger, sinto as amizades de forma intensa — e não é sempre
fácil encontrar quem queira ser amigo de um autista. Por isso, digo com
gratidão: obrigado, professor Marco Neves, por ser meu amigo. Prometo ler o seu
livro e deixar-lhe a minha crítica sincera. E que a nossa amizade dure, como
escreveu na dedicatória, uns 500 mil anos.
André Vilaça



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