Frankenstein – Um livro para pensar
Quando perguntei ao Zé se ele
tinha Frankenstein,
da escritora Mary Shelley, ele prontamente se ofereceu para me emprestar. Fizemos uma promessa: assim que eu
terminasse de ler, discutiríamos o livro juntos.
Dias antes de ir à casa do Zé, eu estava vendo um vídeo de uma
professora de português brasileira que comenta e critica livros. Um dos livros
mencionados era justamente Frankenstein. Foi aí que
descobri algo curioso: Mary Shelley escreveu esse clássico durante um período
incomum — o "ano sem verão". Ela estava na Suíça, na cidade de
Genebra, com o marido e alguns amigos, quando um vulcão entrou em erupção do
outro lado do mundo, o que afetou o clima global. Sem poder sair de casa, todos
decidiram se entreter contando histórias de terror. Quando as histórias
acabaram, resolveram fazer uma competição: quem escrevesse o melhor conto de
terror venceria.
Mary Shelley conta em seu diário
que teve um sonho com um cientista que dava vida a uma alma atormentada. A
partir disso, nasceu o conto que depois se tornaria seu primeiro livro: Frankenstein.
Na primeira edição, ela publicou anonimamente. O livro causou tanto impacto que
muitos acharam o autor "louco demais". Já na segunda edição, Mary
assinou com seu próprio nome, como se dissesse: “Sim, a doida sou eu.”
Foi nesse momento do vídeo —
antes que a professora começasse a dar spoilers — que pausei tudo e fui
perguntar ao Zé se ele tinha o livro.
Frankenstein é a história de Victor
Frankenstein, um cientista suíço que narra sua trajetória a um marinheiro,
desde sua infância em Genebra até seus estudos na Suíça, onde cria um ser vivo
a partir de partes de cadáveres. O livro é profundo, inteligente, e nos faz refletir:
será que o ser humano pode brincar de ser Deus?
Assim como Drácula, a história é contada por meio de cartas e
diários. Começa com a correspondência de um irmão que viaja para o Polo Norte,
onde encontra Victor Frankenstein em sua busca pela criatura que criou.
Li o livro em poucos dias — além de ser pequeno, é envolvente. Antes de
ler, eu achava que "Frankenstein" era o nome do monstro. Só depois
percebi que era, na verdade, o sobrenome do cientista. Um detalhe que muda a
forma como enxergamos a história.
Recomendo que leiam o livro e,
mais importante ainda, que o discutam. Poucos livros despertam tantas perguntas
e reflexões.
Estou ansioso para conversar com o Zé. Sim,
eu falo com o Zé como falo com a minha mãe. Mas, se entra alguém na sala, eu
fico quieto. Por isso gosto tanto de ir à casa dele. Lá posso falar livremente,
sem ser sempre com a minha mãe. Só não sei por que me calo quando há outras
pessoas.
André Vilaça
Comentários
Enviar um comentário