Um Encontro Entre Gigantes: Schubert e Beethoven - De André Vilaça
Estes dias falei com um amigo que vive
dos Açores e, por alguma razão, lembrei-me de como o compositor austríaco Franz
Schubert conheceu Beethoven. Li num livro sobre Beethoven uma história curiosa
sobre o suposto encontro entre os dois, e nunca mais a esqueci.
Franz Schubert era um
grande admirador das obras de Beethoven e sonhava com o dia em que poderia
encontrá-lo e mostrar-lhe as suas próprias composições. Um dia, por acaso,
cruzou-se com Beethoven num restaurante em Viena. Ganhou coragem e foi falar
com o seu ídolo. Disse-lhe que era estudante e compositor como ele, e que
desejava muito que ele visse a sua obra.
Beethoven, no entanto,
mostrou-se indiferente, como se não estivesse interessado. Enquanto Schubert
falava da sua admiração, Beethoven pegou nas partituras que o jovem lhe tinha
trazido, olhou rapidamente, fechou-as e devolveu-as, dizendo enquanto se
levantava para ir embora:
– Não gosto nada que me
venham chatear quando estou a almoçar.
Schubert ficou desolado. No
entanto, antes de sair, Beethoven disse algo que lhe devolveu o ânimo:
– Já vi agora mesmo a pauta da
sua sinfonia. Perdoe-me, mas tive de a corrigir.
Não sei se este episódio é
verídico, mas gosto de pensar que sim. É uma imagem bonita: o encontro entre um
mestre consagrado e um jovem talento cheio de sonhos. Às vezes, basta uma
pequena frase para reacender uma esperança.
André Vilaça
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