O prologo da Biografia do Baruto Kaito que eu tentei escrever.

 

                                                    Prologo

8 de fevereiro, 2014

Naquele dia, o maior nevão em 16 anos, atingiu Tóquio; era como se celebrasse aposentadoria de Baruto´s.

No mundo do sumo, "branco" significa "vencer"

 

       Naquele dia, a cidade de Tóquio estava sendo atingida por uma grande tempestade de neve. As pessoas que andavam na rua tentavam proteger-se com seus guarda-chuvas, que eram levados pelo vento. O único policial com a gabardine azul estava no meio da rua, tremendo de frio, e tentava manter a ordem das pessoas que entravam no pavilhão. Dentro do pavilhão, as pessoas tiravam fotos de um Baruto de papelão de tamanho real que estava na entrada. Na mesa de entrada, havia panfletos anunciando a aposentadoria do lutador de sumo Baruto.

           Dentro do pavilhão, o dohyō tinha um telhado que lembrava um templo xintoísta. Baruto divertia-se com uma criança que tentava derrubá-lo. Baruto pegou nele pelo mawashi e deu voltas com ele, e todos aplaudiram felizes.            Mais tarde, um adolescente tentou com todo o esforço derrubar o grande campeão de Sumo Baruto. Para o jovem, aquele combate era importante, assim como o dia. Quando foi vencido por Baruto, ele se levantou e, como lhe foi ensinado, agradeceu a oportunidade e saiu. Depois, a bandeira japonesa foi abaixada. Baruto estava sentado de quimono japonês em um banco, ao lado do sacerdote xintoísta com as tesouras nas mãos.

            Um dos representantes pegou na tesoura e cortou um pouco do seu cabelo no estilo Maguê. Depois fez uma vénia e saiu do dohyō. A seguir, entrou outro representante que cortou mais um bocado do Maguê. Em seguida, subiu um grande campeão daquele ano e pegou na tesoura, cortando mais um pouco o Maguê. Sua esposa, num lindo quimono japonês, subiu ao dohyō e fez uma vénia ao sacerdote e ao público. Depois, pegou na tesoura e cortou mais um pouco o Maguê. Ela deu ânimo ao seu marido, que estava muito triste, e voltou a sair. Depois, apareceu a sua mãe vestida de branco, que subiu ao dohyō como tinha feito a sua nora. Ela também fez uma vénia ao sacerdote e, vendo as lágrimas no rosto do filho, sussurrou algo em seu ouvido e voltou para trás.

          Em seguida, subiu o seu mestre, que pegou na tesoura e cortou o Maguê por completo. Baruto não conseguia deixar de derramar lágrimas pelo rosto. O mestre mostrou o Maguê à multidão, que batia palmas.

     - Levanta-te, Baruto – disse o mestre.

     Ele limpou as lágrimas com um paninho, levantou-se e fizeram uma vénia aos fãs que o acompanharam durante 16 anos.

         Assim terminaram os dias de campeão nas lutas de sumo de Baruto, para a tristeza de todos aqueles que o admiravam no Japão.


                                                                                                                   André Vilaça 




 

 

 

 

 

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