Fui Ver o Filme do Minecraft (e Não, Não Sou Gamer!) Foi pelo Jack Black :)
Este sábado decidi fazer algo fora
da minha zona de conforto: fui ver o Minecraft – O Filme. Sim, aquele
jogo dos cubinhos não porque joguei o jogo e nem o conhecia a não ser dos meus
sobrinhos o jogarem agora recomeçando com o Gui. Nunca joguei, nunca me
atraiu... mas fui. E porquê? Uma razão simples: Jack Black.
Sou fã assumido do Jack Black. Adoro o seu humor, aquela energia caótica e
genuína que ele traz para tudo o que faz. Então, quando vi que ele estava no
elenco do filme do Minecraft, pensei: "Ok, não sei nada sobre o
jogo, mas este filme merece uma oportunidade só por ele."
E sabem que mais? Não é um filme para ganhar Óscares (embora, depois de ter
visto o favorito deste ano... começo a duvidar dos critérios da Academia 😅), mas
também está longe de ser a tragédia que muitos críticos pintam.
O filme é,
acima de tudo, uma comédia exagerada — daquelas mesmo ao estilo da trilogia
Cornetto, com o Nick Frost e o Simon Pegg. Humor físico, parvoíces assumidas e
uma dose generosa de nonsense. Tem também uma banda sonora muito boa —
com músicas hilariantes interpretadas pelo próprio Jack Black. Dá para rir,
cantar e sair do cinema com um refrão colado na cabeça (não me julguem se ando
a trautear “I Feel Alive” desde então...).
A estética do mundo do Minecraft foi levada a sério — tudo parece saído
diretamente do jogo, mas com aquele toque de realidade que faz tudo parecer...
quase possível. Claramente feito para os miúdos, mas cheio de piscadelas de
olho para os graúdos que cresceram nos anos 80 e 90.
Curiosamente, na sessão onde fui (às 22h e em versão original), o público
era maioritariamente adulto. Coincidência? Acho que não.
Jack Black
brilha. Como sempre. Quem gosta dele vai adorar o filme. Ele está lá com tudo o
que o caracteriza: piadas absurdas, improvisos, música, energia infinita. A
minha mãe até comentou: “Como é que ele, com aquele corpinho, tem tanta
genica?” Verdade.
Ele diverte-se no ecrã como uma criança num parque de diversões. Canta,
salta, faz cenas, goza com tudo e todos. Dá gosto ver alguém tão à vontade, só
a curtir o momento. E isso transparece em cada segundo em que ele está em cena.
E a música final? Já vos disse? “I Feel Alive”. Podem ficar com o Steve
Lava Chicken, mas eu cá fiquei rendido a essa.
Confesso que nunca tinha visto o Jason Momoa a fazer comédia. Para mim, ele
era sempre o “tipo durão”. Mas aqui surpreendeu-me. Mostrou um lado leve,
divertido, e até conseguiu criar uma química inesperadamente boa com Jack
Black.
Aliás, uma curiosidade engraçada: parece que o realizador achava que o Jack
Black não ia puxar público para o cinema e, por isso, pagou um salário
milionário ao Jason Momoa para garantir bilheteira. Ironia das ironias — foi o
Jack quem levou a malta às salas.
Quando perguntaram ao Jack se ele não se importava de ter recebido menos,
ele respondeu que não queria saber — só queria divertir-se nas estreias. E
isso, meus amigos, é puro Jack Black.
Ah, e antes que
me esqueça: a vilã. A sua origem é tão absurda que dá a volta e fica genial.
Não vou dar spoilers, mas confiem em mim — é daquelas ideias que nos fazem rir
por ser tão ridícula quanto inesperada.
E quer queiram ou não Jack Black é o
Steve ele nasceu para este papel.
Se estão à procura de um filme
profundo, com diálogos existenciais e um argumento digno de festival de
Cannes... podem passar à frente. Mas se querem ir ao cinema dar umas boas
gargalhadas, cantarolar com Jack Black e ver um Momoa completamente fora da sua
caixa, então vejam Minecraft – O Filme. E, de preferência, vejam em
versão original.
No fim do dia, não é sobre ser fã do jogo — é sobre se deixar levar pela
loucura saudável de um elenco que só quer divertir. E nisso, o Jack Black é
rei.
André Vilaça
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