Arco do Moro – O Melhor Arco de Dragon Ball Super Até Agora (Sem Spoilers)
Dragon Ball Super é uma parceria entre
dois mangakás: o lendário Akira Toriyama, criador da série, e Toyotarô, um
talentoso novato. Para quem não sabe, Toyotarô, insatisfeito com o rumo que
Dragon Ball tomou após o final de Dragon Ball Z, criou uma mangá de fã chamada
Dragon Ball AF. Com seu talento para criar histórias no universo de Dragon
Ball, ele chamou a atenção de Toriyama, que o convidou para ilustrar Dragon
Ball Super.
No entanto, a Toei Animation,
responsável pelo anime, não quis esperar o mangá para adaptar a história e
produziu Dragon Ball Super com um tom voltado para crianças. Isso desagradou
tanto os novos fãs, que não se conectaram com a série, quanto os fãs mais
velhos, que cresceram com a franquia e não gostaram da direção tomada. Em certo
momento, desisti do anime e passei a acompanhar o mangá online. Diferentemente
do anime, o mangá é uma verdadeira continuação de Dragon Ball Z, com lutas
épicas, um Vegeta retratado como o orgulhoso príncipe dos Guerreiros do Espaço
(e não um alívio cômico) e um Songoku que não é reduzido a um idiota, como o
anime às vezes o apresentou.
Após o primeiro filme de Dragon Ball
Super, Toriyama confiou a Toyotarô a responsabilidade total pelo mangá, embora
continuasse supervisionando o trabalho. Com essa liberdade, Toyotarô criou o
primeiro arco original de Super, inspirando-se nos arcos clássicos de Dragon
Ball e, especialmente, de Dragon Ball Z. Assim nasceu o arco do Moro, um
feiticeiro ancestral aprisionado pelos deuses que retorna após 10 mil anos para
concluir seus planos malignos. Não darei spoilers, pois já li o mangá e quero
que vocês descubram a história no anime, caso ele seja adaptado. Moro é uma
homenagem aos grandes vilões de Z, como Freeza, Cell, Majin Boo e até o pai de
Satan, combinando características que os tornam memoráveis.
Neste arco, Vegeta ganha grande
destaque, sendo respeitado como o príncipe dos Guerreiros do Espaço. Songoku retorna
ao seu espírito característico de Z, e a leitura do arco do Moro desperta uma
nostalgia incrível, remetendo às longas sagas de Z, nas quais o vilão levava
semanas ou meses para ser derrotado, culminando em Songoku resolvendo o
conflito. O único ponto que considerei uma falha é que Vegeta, após viajar a um
planeta onde aprendeu uma técnica semelhante à que Songoku dominou no final do
arco de Freeza, merecia ter derrotado Moro. Seria a chance de Vegeta brilhar
como herói, ao menos uma vez no mangá. No entanto, mais uma vez, Songoku foi o
escolhido para salvar o dia.
Toriyama sugeriu o uso de uma técnica
inspirada em Naruto, semelhante à utilizada por Sasuke e Itachi. Alguns fãs
acusaram a ideia de plágio, mas o mangaká de Naruto, Masashi Kishimoto, ficou
honrado com a referência, já que isso mostrou que Toriyama acompanhava seu
trabalho. Também houve quem dissesse que Beerus, o Deus da Destruição, deveria
ter derrotado Moro, mas qual seria a graça disso? O encanto de Dragon Ball está
nas lutas épicas, com Songoku e Vegeta defendendo a Terra e o universo.
O arco do Moro é, sem dúvida, o melhor
de Dragon Ball Super até agora e o primeiro a capturar a essência de Z. Os fãs
mais velhos vão adorar quando o anime for lançado, pois ele traz tudo o que
Dragon Ball tem de melhor: lutas intensas, sangue, temas adultos e um vilão à
altura de Majin Boo, algo que não víamos há tempos.
André Vilaça
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