Defesa e amizade inesperada - dos contos se o Kombatan fosse uma anime
Esta história começa quando estavam a
implicar com o Zé. Eu estava farto. Cerrei os punhos debaixo da mesa e, sem
conseguir me controlar, mandei-os calar-se. Todos olharam para mim.
Imediatamente, pedi desculpa e saí para a sala.
O Zé saiu atrás de mim.
— Bem, custou, mas calaram-se —
disse-lhe.
— Eu não precisava que me protegesses.
— Mas eu pensei…
Ele entrou na casa de banho sem me
deixar terminar a frase.
Durante a semana que se seguiu, eu
também não voltei a falar com ele, e nenhum de nós sabia por onde começar.
Era segunda-feira quando cheguei à
estação de Oliveira do Bairro e não vi o Zé. Foi então que um bando de
arruaceiros começou a implicar com uma senhora. Defendi-a, mas eles pegaram em
mim e levaram-me para um beco para me dar uma sova.
No entanto, o Zé, que vinha buscar-me,
passou pelo beco. Voltou atrás e, ao ver-me aflito, arregaçou as mangas e
saltou para cima dos arruaceiros, que achavam que lhe iam dar uma lição.
Deitado no chão, fechei os olhos e
gritei por ele. Quando os abri, vi os arruaceiros caídos no chão e o Zé
segurando dois dos meus bastões. Ele bocejou, achando que aqueles tipos eram
uma seca.
— Já está? Que seca. Pensava que iam dar
luta — disse ele.
Baixou-se e estendeu-me a mão. Olhei
para ele, que sorria, e ele perguntou:
— Estás bem, André?
— Não estás zangado comigo por te ter
defendido naquele dia?
— Que nada! Eu não ia zangar-me com o
meu guru.
— Então sabias disso?
— Claro que sim. Tu disseste que quem
ensina Kombatan é um guru.
Aceitei a sua ajuda, segurando na sua
mão e, naquele momento, sem que ele
esperasse, abracei-o.
Os arruaceiros, todos doridos,
levantaram-se, chamaram-nos de malucos e fugiram.
Foi assim que o meu aprendiz me
defendeu, aplicando aquilo que eu lhe ensinei.
Este conto foi baseado num episódio do
anime Doraemon, que
eu transformei numa história, imaginando como seria se o Kombatan fosse uma
anime. Espero que tenham gostado.
André Vilaça
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