Um resumo do meu novo livro resumido pelo o Narrador do livro o sobrinho Filipe

 

   "Meu tio Rodrigo sempre foi um enigma fascinante. Desde pequeno, eu o via como uma figura quase mítica, um espírito rebelde que parecia desafiar o tempo e as convenções. Seus dias de estudante em Coimbra eram lendários—contavam-se histórias de noites insones, debates apaixonados e uma irreverência que tanto encantava quanto assustava os professores. Mas por trás da rebeldia, havia um jovem marcado por uma perda precoce: aos quinze anos, viu seu pai partir, e com isso, cresceu carregando o peso de uma ausência que moldaria sua alma para sempre.

      Ele acreditava que sua mãe nunca o amou. Mas, como tantas verdades da vida, essa também era uma ilusão—o tempo lhe mostrou o que os olhos não enxergavam na juventude.

     Nos natais, Rodrigo era a alma da festa. Sua risada preenchia os cômodos, sua presença aquecia os corações. Mas, talvez, o que mais o definisse fosse sua paixão ardente por Teresa, sua prima. Um amor intenso, proibido, que o acompanhou como uma melodia inacabada.

      E então veio a pandemia. O confinamento foi um duelo silencioso com a morte. Isolado, fragilizado, quase perdeu a vida. Mas Rodrigo sempre encontrou na música um refúgio. Dar aulas sobre música clássica na Universidade de Aveiro não era apenas um trabalho—era uma missão, um ato de resistência contra o esquecimento. Era ali que sua alma vibrava, onde ele compartilhava com seus alunos a magia de Beethoven, Richard Wagner e George Bizet.

      E havia também a amizade especial com meu filho, seu afilhado. Os dois tinham uma conexão única, uma ponte construída com palavras élficas retiradas dos livros de Tolkien. Como se conversassem em um idioma secreto, alheios ao mundo ao redor.

      A vida do meu tio Rodrigo era uma composição complexa—cheia de luz e sombras, de pausas dramáticas e crescendos arrebatadores. Se a sua história fosse um filme, seria algo saído da mente de Christopher Nolan—com camadas, reviravoltas e momentos de pura epifania.

     E eu, Filipe, sou apenas o narrador desse concerto grandioso que foi a vida do meu tio."




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