Zenão Ludovico o diretor da escola de feitiçaria portuguesa Lusitânia Ibérica.

 

       E se eu vos contasse que sou um feiticeiro, acreditariam em mim? Sim, podem acreditar, caros Muggles, que o mundo que leram nos livros de Harry Potter é verdade. O mundo feiticeiro tem os seus costumes e tradições, e o mundo feiticeiro português não foge à regra.    Eu também estudei na maior escola de feitiçaria da Península Ibérica, onde tive como diretor o Zenão Ludovico, um dos melhores feiticeiros que o mundo já viu.

            O meu primeiro cromo de feiticeiros dos sapos de chocolate, que fogem antes de nós os comermos, foi do Zenão Ludovico. Ele era anafado, com cabelo e barba cinzentos e óculos redondos, e usava um fato e gravata que quase não denunciavam que era um feiticeiro. Como eu adorava aquele cromo! Ele era imponente quando olhava para ele e se mostrava em pose de importância, não fosse ele um cromo raro.  “Quando fores para Lusitânia Ibérica, vais conhecê-lo”, diziam-me.

Minha família e amigos, que tinham frequentado a escola de feitiçaria, falavam dele com respeito. Minha mãe, quando fiz seis anos, deu-me um livro sobre a vida dele, chamado “A História de Zenão Ludovico Contada às Crianças”. Eu adorava o livro, com os desenhos que se mexiam enquanto eu lia. Ele tinha derrotado o maior feiticeiro das trevas de que nós, da Península Ibérica, temos memória. Aos 16 anos, foi campeão pela Casa Ursa no jogo de feiticeiros Quadribol; aos 20, já era um feiticeiro respeitado, com a insígnia de Merlim; e aos 40 tornou-se diretor da Escola Lusitânia Ibérica.

         Eu estava ansioso por conhecê-lo e, antes de ir para a escola de feitiçaria, tive essa oportunidade. Eu tinha 8 anos na altura e estava na maior cidade de feitiçaria do Norte, chamada Dragoncilhe. Estava a ver os novos livros quando o vi à minha frente. Ele estava sério e eu não sabia como reagir. Estava à beira do meu herói, que só conhecia através do meu cromo. Minha mãe disse-lhe que eu o admirava e que meu sonho era ser um feiticeiro como ele, e ele só me disse:

        - Vai em frente, miúdo, se é isso que desejas.

       Eu estendi a mão para cumprimentá-lo e ele sorriu, apertando a minha mão. Um jornalista do Diário Mágico Ibérico tirou-nos uma foto.    Mais tarde, quando vi a foto, estava muito envergonhado ao seu lado.      Minha mãe colocou nossa foto mágica num quadro para que eu sempre lembrasse que conheci Zenão Ludovico, o maior feiticeiro de que temos memória.




Comentários