O meu heroi - André Vilaça
Prepare-se para conhecer a verdadeira definição de heroísmo, uma história que não será encontrada nas páginas reluzentes dos livros de História, nem nos debates acalorados sobre as figuras icônicas do nosso tempo. Não, este herói não tem a fortuna nem a fama de um Cristiano Ronaldo, não desfila sob os holofotes que cegam os olhos do público. Mas, para mim, ele é tão grandioso quanto qualquer outra lenda que o mundo já conheceu.
Sim, este
herói é especial. Não por feitos monumentais reconhecidos pelas multidões, mas
por algo ainda mais raro — a conexão única e genuína que ele é capaz de criar.
Entre todas as pessoas, ele é o único com quem consigo pegar o telefone e, sem
o aperto na garganta que geralmente me acompanha, marcar o número e ouvir sua
voz. Não há nervosismo, não há hesitação. Há conforto. Se fosse por mim,
ligaria para ele todos os dias, mesmo sem um motivo aparente, apenas para
sentir essa tranquilidade, essa sensação de pertencimento.
Esse herói
não apenas compartilha os meus gostos, ele expande meus horizontes. Cinema,
música clássica, Pink Floyd — tudo isso nós dividimos, mas foi ele quem me
guiou na jornada de descobrir novos sons, novas paisagens, novas aventuras. Foi
ele quem me apresentou à magia de uma viagem de comboio, que me mostrou como
Aveiro, a Veneza Lusitana, é muito mais do que um destino turístico; é um lugar
onde histórias se desenrolam, onde o comum se transforma em extraordinário.
Ainda não
descobriram quem ele é? Vou dar mais uma pista. Ele é um leitor voraz, tão
apaixonado pelas palavras quanto eu. Foi por meio dele que conheci o mundo
fascinante dos livros de Umberto Eco, Connie Willis e Leo Tolstoy ele não para por aí. O que torna o
meu herói ainda mais único é sua capacidade de, a cada conversa, a cada troca
de ideias, me desafiar a ser uma versão melhor de mim mesmo. Porque é isso que
os heróis fazem. Eles não apenas nos resgatam de perigos, mas nos puxam para
cima, nos fazem enxergar o que podemos nos tornar.
O nome desse
herói? Zé Luís.
Desculpem se
esperavam outro tipo de herói. Alguém mais conhecido, mais impressionante. Mas,
para mim, Zé é o sábio dos sábios, a força serena e implacável de um Buda
Gautama, o poder silencioso e formidável de um Baruto Kaito. E foi ele quem,
com uma reprimenda simples, mas carregada de cuidado, me ensinou a não me
esconder nas sombras. Eu, que lia no escuro por medo de pedir que a luz fosse
acesa, encontrei nele não apenas um amigo, mas um guia. Alguém que, com um
gesto, me disse: Você merece mais. Você merece a luz.
Zé,
obrigado.
E, logo
atrás dele, está o grande Hugo Rios — outra alma digna de admiração.
Mas, por
agora, celebremos o Zé Luís, um herói sem capa, sem fama, mas com uma alma
imensa e um coração generoso. Para mim, não há ninguém mais grandioso.
André Vilaça
Comentários
Enviar um comentário