Divertida mente 2 - Sim a Pixar ainda consegue emocionar adultos

 Nunca vi o Quartel das Artes tão cheio como ontem, durante a exibição de “Divertida Mente 2”. Metade do público eram crianças que não entenderam a história e a mensagem que o filme queria passar; a outra metade eram adolescentes que se identificavam com os personagens.
O filme, além de ser da Disney, é da Pixar. E, ao contrário da Disney, a Pixar faz com que os adultos se envolvam mais profundamente na narrativa. Riley, a protagonista, chegou aos 13 anos, e com isso surgiram novos sentimentos, como a ansiedade. Quem nunca passou pela ansiedade talvez não saiba o quão realista é o que o filme retrata. Se a ansiedade é a vilã, imagine quando o autismo se torna seu aliado no "mal".
Quando a Alegria diz, em um momento de total desespero, "Eu não sei como parar a ansiedade. Talvez seja isso que acontece quando crescemos. Crescemos sem alegria", essa frase me atingiu em cheio, e as lágrimas vieram aos meus olhos. Tentei esconder do Zé. Sim, é difícil lidar com a ansiedade. Até conseguirmos fazer o que queremos, ela nos faz acreditar que tudo vai dar errado. No filme, também se menciona que o que acalma a ansiedade é um abraço. Quando chego à estação e abraço o Zé, é como dizer "Sim, tudo correu bem."
Riley tem um ataque de ansiedade no filme. Quem já passou por isso entende. O que meu irmão me ensinou para lidar com esses momentos, Riley faz no filme. Eu me vi na personagem. Depois do que aprendi com meu irmão, agora consigo me acalmar, e tudo isso estava lá, no filme.
Há também uma crítica a desenhos como "Dora, a Exploradora" ou "A Casa do Mickey Mouse", quando a Raiva diz: "Me matem!". Sim, é verdade, são realmente ruins. E quando outra emoção admite que Riley ainda gosta desses desenhos, é verdade: os desenhos da nossa infância estão guardados, mas ainda gostamos deles.
E sobre nostalgia, sinto isso intensamente. Quando mostro uma foto e digo ao Hugo e ao Zé: "Foi há 9 anos", é uma forma de reviver o passado.
Quem é adulto entende o filme; quem é criança vai porque são desenhos animados, mas acaba saindo do cinema perguntando: "Mãe, nós temos isso dentro da nossa cabeça?". E os adultos respondem: "Eu passei e ainda passo pelo que Riley passou."


                                                                                                                                                André Vilaça


 

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