Lendas Açorianas e Atlântida

 Gaspar Frutuoso, um cronista e historiador açoriano do século XVI, é bem conhecido por sua obra "Saudades da Terra", que oferece uma descrição detalhada e fascinante das ilhas dos Açores e de seus primeiros colonizadores. A passagem mencionada, onde os primeiros povoadores ouviram vozes vindas do fundo do Ilhéu após a primeira missa em Vila Franca do Campo, é um exemplo clássico do folclore e das lendas locais que ele documentou.
A ideia de que os Açores poderiam ser as ilhas míticas da Atlântida descritas por Platão em seus diálogos "Timeu" e "Crítias" é uma especulação que tem fascinado muitas pessoas ao longo dos séculos. Platão descreve a Atlântida como uma civilização avançada que existia cerca de 9.000 anos antes de seu tempo e que foi submersa por um cataclismo. A localização precisa da Atlântida nunca foi determinada, levando a várias teorias, incluindo a hipótese de que poderia estar relacionada aos Açores devido à sua localização no Atlântico e algumas características geográficas e geológicas.
A lenda do "Anel da Princesa" é outra faceta interessante do folclore açoriano. De acordo com a lenda, um anel mágico pertencente a uma princesa de Atlântida foi escondido em um dos ilhéus dos Açores. Este anel teria poderes especiais e, eventualmente, se transformou em uma ilha. A existência de seres gigantes nos Açores é outra parte desta rica tapeçaria de mitos, sugerindo que a região era habitada por criaturas extraordinárias.
João Moniz, um músico açoriano, imortalizou essas histórias em suas canções, ajudando a manter viva a tradição oral e o fascínio por essas lendas. As músicas e lendas continuam a ser uma parte importante da identidade cultural dos Açores, conectando os habitantes com suas raízes históricas e lendárias.
Embora não haja evidências científicas que comprovem a existência da Atlântida nos Açores ou a veracidade das histórias do anel mágico e dos gigantes, essas narrativas enriquecem a cultura e o imaginário popular. As lendas servem como um lembrete do mistério e da magia que as ilhas dos Açores têm inspirado ao longo dos séculos.

                                                                                                                                          André Vilaça 





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