Escrevi um conto baseado nos livros da escritora Connie Willis

       Acordei sem saber onde estava. O local estava escuro, mas o céu estrelado indicava que era noite. Minha cabeça doía, mas eu atribuí isso à desorientação causada por uma possível viagem no tempo, algo que eu tinha lido em livros de ficção científica como "O Dia do Juízo Final" de Connie Willis. No entanto, o que eu estava experimentando parecia ser a realidade; eu poderia ser o primeiro homem da história a viajar no tempo. Em que ano ou século eu estava? Eu permaneci deitado, tentando entender.
    Então, eu ouvi vozes, vozes estranhas que eu entendia ser o idioma do indiano antigo, quando ganhei forças e me levantei, vi pessoas a seguirem o mesmo caminho, estavam felizes e em paz.
       Segui as pessoas sem saber para onde iam, o tempo estava bonito e o sol aquecia o nosso coração, para onde íamos era para algo que eu ia testemunhar para toda a vida.
         Paramos e eu decidi ver em onde estávamos, andei pelas pessoas que estavam felizes e ouviam com atenção, parei e vi o quarto Buda, o próprio Siddártha Gautama, ele olhou para mim e eu curvei-me como respeito, com voz doce me pediu:
             - Aproxima-te meu bom amigo.
          Eu me aproximei-me de Buda e a sua palavra era universal porque eu e ele entendíamos um ao outro, como se falássemos do mesmo dilema.
          - Vejo que não és deste tempo, mas sim de um outro patamar.
          - Sou do futuro. – eu olhei para ele admirado que me sorriu e abençoou. – vejo que acredita em mim.
             - Porque não o devia?
           - Sim porque não o devia. – repeti as suas palavras.
           - O que fazes aqui? – perguntou Buda pacificamente.
           - Eu vim ouvir a verdade, meu senhor, - disse eu, não era o que tinha vindo a li fazer, mas era o que eu queria ouvir agora. – eu quero ouvir a verdade.
           Buda olhou para mim e tivemos uma conversa entre os dois, depois Buda sorriu e pediu pacificamente.  
           - Acorda no tempo e espalha a verdade.
           Quando vim a mim, vi os homens do departamento da História na universidade de Aveiro a perguntarem que ano estava e se percebia o que eu dizia, eu vi que estava no meu tempo.
 

                                                                                                      

                                                                                                                 André Vilaça




          

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