“Um conto de Natal” de Robert Zemeckis – A melhor versão deste conto tão antigo como o tempo.

 

     Se estás acostumado a ouvir que "Um Conto de Natal", de Charles Dickens, que é apenas mais uma história repetida para as festas de Natal, recontada mil vezes em séries e filmes, eu convido-te a revisitar essa obra de uma forma completamente nova. Imagine se eu dissesse que há uma versão que vai além do óbvio, algo tão fiel ao livro que redefine tudo o que já viste sobre esta história. Estou falando de Um Conto de Natal, dirigido por Robert Zemeckis, o mesmo gênio por trás da trilogia Regresso ao Futuro.

       Antes de assistir ao filme, eu reli o livro. E a cada cena, a cada detalhe, fiquei impressionado com o cuidado e a dedicação de Zemeckis em trazer o texto de Dickens para o cinema. Posso afirmar sem medo que esta é a adaptação mais fiel que já foi feita. Sabe aquele momento no livro em que o Espírito do Natal Passado é capturado por Scrooge e eles voam pelos céus da Inglaterra? Está lá, exatamente como Dickens escreveu.

         Mas tanto o livro quanto o filme vão muito além de uma narrativa natalina comum. A história carrega uma profundidade emocional que poucas adaptações conseguem capturar. Há o pequeno Timmy, cujo maior desejo de Natal é simplesmente um pudim, e que sonha com o impossível: um milagre que lhe permita andar novamente, porque, para ele, o Natal é a época em que milagres acontecem. Essa mensagem de esperança e redenção ganha vida nas mãos de Zemeckis, tornando-o, na minha opinião, a escolha perfeita para dar vida a essa obra-prima.        Diria até que este é meu filme favorito dele, logo depois da icônica trilogia Regresso ao Futuro.

           E quem melhor do que Jim Carrey para encarnar Ebenezer Scrooge? Ele nasceu para esse papel. No filme, vemos o rabugento e amargurado Scrooge, mas também entendemos o que o tornou assim.          É uma atuação que transborda emoção e nuances, trazendo humanidade para um personagem que muitos consideram apenas um vilão. Somando a isso, temos a banda sonora de Alan Silvestri, que nos transporta diretamente para o coração da história. Suas composições se misturam perfeitamente com canções natalinas tradicionais, e uma das faixas que mais me marcou foi “Touch My Robe”, que parece capturar toda a magia e o mistério dos momentos mais memoráveis da narrativa.

Se estas procurando um bom filme de Natal, algo diferente do sempre presente Sozinho em Casa, e que seja fiel ao espírito do conto imortal de Charles Dickens, esqueça as outras adaptações. Assista ao Conto de Natal de Robert Zemeckis. Você não vai se arrepender.

 

                                                                                                                André Vilaça

 



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