enxergá-lo como um mestre

 

“Experimenta um dia olhar para essas dificuldades como sendo um mestre para ti, o que te estaria a ensinar esse mestre.” Foi esta frase que o meu amigo budista, João Magalhães, me ensinou quando lhe contei que era um jovem adulto com síndrome de Asperger.

        Ver o autismo como um mestre é desafiador; eu costumava encará-lo como o Deus Mara, que tentava impedir o meu progresso. Buda foi tentado pelo Deus do submundo, Mara, que tentava impedi-lo de alcançar o próximo passo, o Nirvana, a iluminação. Depois, o meu amigo budista, João Magalhães, sugeriu que poderíamos ver Mara como o nosso próprio pensamento negativo, que tenta nos impedir de atingir nossos objetivos. Assim, comecei a ver o autismo como o Deus Mara.

         O que o autismo tem para me ensinar é desafiador, mas fácil de responder. A principal lição é que o medo que ele nos transmite frequentemente nos impede de alcançar grandes objetivos. Nos últimos três anos, consegui conquistar muitos feitos, como viajar sozinho para Aveiro e, em seguida, para Oliveira do Bairro, e depois fazer tudo o caminho de volta.

           Aprendi com o meu mestre, o autismo, que a mente pode nos enganar e que só ao dar o primeiro passo é que conseguimos enxergar a verdade."

                                                                                       André Vilaça


                            

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