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Uma aventura em....Oliveira do Bairro
- Liga quando chegares. – diz a minha mãe
quando vou a correr para apanhar o 207 e eu pergunto se quando chegar ao
comboio ou quando chegar Aveiro e ela responde ao longe. – As duas coisas.
Eu apanho o 207 porque por causa das obras
do metro, este autocarro para mesmo a frente da estação de S. Bento. Eu adoro
entrar na estação de S. Bento e olhar os azulejos a minha volta e depois me
lembro que ainda tenho que comprar os bilhetes. Vou a bilheteira e me meto na
fila, um amigo Asperger chamado Martin que conheci no congresso de autismo para
autismo em Liverpool me ensinou que quando estivesse um pouco nervoso para
contar até 10 que ajuda, e sim ajuda muito.
- Próximo. – diz o homem da
bilheteira, eu vou até a bilheteira e ele diz olhando para o meu atestado. –
Para onde?
- Aveiro e só de ida.
Ele me dá o atestado e depois o
bilhete, eu vou a passos largos até o comboio, entro e me sento, ligo a minha
mãe como prometido.
- Então já chegaste?
- Sim, estou um pouco nervoso que
este comboio não seja o de Aveiro, não sou só eu, toda agente que entra neste
comboio pergunta o mesmo.
Uma vez fui a casa do Hugo e eu e
umas pessoas se enganaram no comboio, o de Aveiro estava atrás, nós parecíamos
a família do Kevin do “Sozinho em casa” a correr para o comboio de traz.
A frente apareceu “Destino – Aveiro”
sossegado digo a minha mãe que estou no comboio certo e prometo que ligo quando
chegar a Aveiro, as 15:50 o comboio começa a andar eu ligo ao Zé a dizer que
estou a caminho e depois espero que chegue a Aveiro.
Depois vou ouvindo o que os
passageiros vão dizendo, na última viagem uma mulher conseguiu emprego ao saber
por um telefonema da outra passageira que precisava de empregada de limpeza. Uma outra altura a namorada criticava o
namorado por cancelar o dia do namoro porque tinha que levar a mãe ao médico,
se não fosse as máscaras na altura ela via que todos se riam dela.
Depois quando chegamos mesmo a
estação de Aveiro, todos se levantam para saírem sem medo que o comboio trave e
todos caem. Eu pelo menos espero sentado quando o comboio para eu saio com
todos. Depois enquanto vou para o sítio do costume esperar pelo o Zé eu
ligo-lhe que estou a caminho, sabem nestes momentos eu me sinto um turista em
Aveiro. Normalmente espero um pouco, mas as vezes é o Zé que já está a minha
espera.
- Como correu a viagem? –
Perguntou o Zé.
- Bem. – respondi eu feliz.
- Um dia tens que aprender a ir até
Oliveira do Bairro sozinho. – diz o Zé sorrindo ao mesmo tempo que deixávamos a
estação.
Ir a casa do Zé é como desligar do
mundo por um dia, é o único dia do mês que posso estar com ele, ver o Family Guy
e rimo-nos daquela família maluca, em casa ninguém acha piada, mas o Zé gosta e
vimos antes de nos irmos deitar.
- Shut up Meg – dizemos ao mesmo
tempo quando assistimos a um episodio .
Agora aprendi a ir a Oliveira do Bairro
sozinho, estou ansioso por ver como será esta nova etapa, esta nova aventura.
Eu gosto da mitologia Nórdica, não o da Marvel, mas sim do que os nórdicos acreditavam,
com a música do Richard Wagner no pano de fundo. Irei chamar esta minha nova aventura Oliveira
do Bairro Overture.
André
Vilaça

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