Um Asperger que se tornou um Arturiano
Sempre tive um grande interesse nas histórias do Rei Artur. Quando era criança, meu filme favorito era "A Espada Era a Lei" da Disney. Poucos se lembram desse filme, talvez porque tenha sido um dos mais subestimados da Disney, talvez por não ser um musical, não sei.
Depois, quando conheci o Zé, ele me emprestou dois livros medievais sobre um cavaleiro do Rei Artur chamado Percival, fundamental na busca pela demanda do Santo Graal. Também foi com esses livros que descobri a ópera de Percival do compositor alemão Richard Wagner.
Mas os livros que me tornaram um entusiasta das histórias arturianas foram "A Morte do Rei Artur". Este livro é fundamental para quem deseja se aprofundar nas lendas do Rei Artur. É dividido em dois volumes e apresenta a lenda do Rei Artur com a mitologia britânica, incluindo lugares como as Ilhas de Avalon, a Dama do Lago e Camelot. Quando comecei a ler esses livros, meu desejo era conhecer mais sobre Camelot.
Em seguida, Zé me emprestou os livros que acredito que dariam uma série no estilo "Guerra dos Tronos", a trilogia "Rei do Norte". Nela, vemos um mundo em que o Rei Artur é retratado de forma mais realista, sem a mitologia, e nos faz questionar: "E se o Rei Artur realmente tivesse existido?" Um jovem monge começa a relatar como conheceu o verdadeiro Rei Artur, filho bastardo do Rei Uther, que precisa proteger seu meio-irmão para que um dia ele suba ao trono. Quando o Rei Artur aparece com seus homens para salvar o narrador, sentimos um arrepio na espinha e desejamos seguir esse Rei Artur e seus homens. Então, surge Merlin, o feiticeiro, que neste livro é um druida que deseja reconstruir o mundo dos deuses com o Caldeirão dos Deuses. Quando o conhecemos, desejamos acompanhá-lo na busca por esse Caldeirão dos Deuses.
Depois desses livros, Zé me apresentou "As Brumas de Avalon", uma obra que fala sobre as mulheres que conviveram com o Rei Artur, desde Genoveva até a bruxa fada Morgana.
Mais tarde, li "A Demanda ao Santo Graal", onde Merlin convoca os cavaleiros da Távola Redonda para buscar o Santo Graal. Neste livro, o Santo Graal é retratado como o cálice que continha o sangue de Cristo, enquanto no primeiro livro que li sobre Percival, o Santo Graal era uma espécie de pedra que os anjos esconderam após uma guerra nos céus.
Também adquiri um livro sobre o Rei Artur chamado "A Queda do Rei Artur", escrito por Tolkien. O poema que ele escreveu é magnífico, mas o problema do livro são os acréscimos de seus filhos. Por isso, quando quero ler, vou direto aos poemas.
Atualmente, estou lendo "Um Americano na Corte do Rei Artur" de Mark Twain, um livro em que ele explora a viagem no tempo até a corte do Rei Artur.
Graças ao Zé, li tudo o que havia para ler sobre esse místico Rei Artur. Fico triste que, assim como em "Os Três Mosqueteiros", os filmes sobre o Rei Artur muitas vezes não sejam fiéis aos livros "A Morte do Rei Artur". O Rei Artur dos filmes, por vezes, é retratado como um herói, enquanto nos livros, é um personagem muito mais complexo. No entanto, a riqueza e a diversidade das histórias arturianas continuam a nos cativar.
Comentários
Enviar um comentário